Congresso da APECATE: É altura de resolver os problemas de fundo do setor

Dois anos de pandemia “mostraram que somos um setor unido”, diz António Marques Vidal, presidente da APECATE, na abertura do congresso da associação.

O 10º Congresso da APECATE arrancou em Guimarães com um minuto de silêncio pelas vítimas da invasão russa à Ucrânia. Este conflito veio introduzir uma complexidade e dificuldade extras à indústria do turismo e eventos, numa altura em que se pensava discutir a retoma da atividade. 

Na sessão de abertura, António Marques Vidal, presidente da associação, diz que esta é a altura de “sermos consistentes e tentar resolver os problemas de fundo”, porque “se não os resolvermos, estamos mais expostos a crises”. E já está aqui uma nova crise, lembra Marques Vidal, referindo-se ao conflito na Ucrânia. O responsável detalha que os principais desafios passam pela sustentabilidade, eficácia, gestão de recursos e de rede. E para os abordar é necessário que os empresários tenham “voz ativa em todas as decisões”.

Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), relevou os tempos de incerteza que vivemos. “Incerteza é a palavra-chave destes dias”, afirma, e avisa que o turismo, as empresas e as pessoas vão sofrer os danos colaterais desta guerra. Mas “não podemos perder a esperança, temos de acreditar que melhores tempos virão”. Terá que ser dada prioridade, segundo o presidente da CTP, à recuperação económica e à segurança. E por isso deve ser estratégico comunicar o destino Portugal como seguro. Francisco Calheiros considera essencial no momento fazer chegar os apoios financeiros às empresas, de modo a que elas estejam fortes para investir e reforçar a oferta; dar mais importância à Concertação Social; reduzir a carga fiscal, para incentivar o emprego; e decidir sobre o aeroporto de Lisboa.

A Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, assumiu-se “grata” por ver um setor que, apesar de sofrido, se mantém “coeso”. O ano de 2021 foi um “ano horribilis” e a secretaria de Estado do Turismo e ministério da Economia tentaram mobilizar, segundo a governante, o número de apoios possível, “sendo certo que nunca serão suficientes face à ausência de procura durante este período”. Mas ainda assim o setor está comprometido para regressar ao seu caminho e trajetória, refere. Em janeiro, o INE (Instituto Nacional de Estatística) perspetivava que 2022 seria um ano positivo, em que se chegar a 85% das receitas turísticas de 2019, lembra Rita Marques, e essa “era a nossa ambição”, mas tudo isto é muito “incerto”.

O congresso da APECATE decorre até 10 de março, em Guimarães.

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